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Parto do primeiro filho
Parto do primeiro filho

Quando estava grávida do meu primeiro filho,fui perguntada várias vezes se eu ia viajar pro Brasil pra ter meu nenê, onde minha família poderia cuidar da gente no período do resguardo. Confesso que cada vez que ouvia a pergunta, eu ficava balançada a pegar um avião, ir embora e só voltar com meu bebê depois de uns 6 meses depois do parto.

A gravidez foi transcorrendo sem problemas e eu, que não queria interromper meus estudos, acabei ficando. Cheguei aos 9 meses e o medo era grande. Eu ia fazer uma cesárea porque meu filho estava sentado (se ele tivesse na posição correta, não acharia um médico sequer aqui que aceitasse fazer uma cesárea).

Pra começar que o governo aqui paga 6 sessões de acupuntura para a mãe se o bebê estiver sentado para facilitar que ele vire para a posiçao correta. Isto tudo para favorecer o parto normal. Eu, claro fiz as sessões mas não teve jeito: ele não virou.

Bem, marcaram a internação na maternidade às 8:30 h da manhã. Mandaram eu tomar um café da manhã e ir. Comecei a achar estranho porque sei que no Brasil vamos em jejum pra qualquer cirurgia.

O dia chegou e eu tomei um café da manhã com torradas e leite e fui com meu marido. Chegando lá, me levaram pro quarto para eu ir me instalando. Meia hora depois veio uma parteira que me depilou toda, tirou medida da minha perna (mais na frente vou dizer para que isto foi necessário), colocou um aparelho na minha barriga que media os batimentos cardíacos do meu bebê e mais um outro no meu braço pra medir minha pressão a cada 5 minutos. Isto tudo para manitorar se eu estava nervosa e para ver se meu nervosismo estava influenciando os batimentos cardíacos do meu nenê.

Também fui colocada no soro para não desidratar.

Daí veio um psicólogo que conversou comigo por meia hora para ver como eu estava me sentindo e poder identificar algum sinal de depressão pré-parto.

Meia hora antes de subir pro centro cirúrgico, me deram um comprimido pra eu relaxar. E lá fui eu, me deram a anestesia e daí Marko entrou no centro cirurgico.

Lá dentro tinha a anestesista, a ginecologista, o pediatra, uma enfeira que ficou do lado de Marko o tempo todo caso ele se sentisse mal, uma enfermeira pro bebê e uma enfermeira pra mim. O parto transcorreu bem e Marko deixou a sala de parto com nosso menino nos braços. A médica ficou finalizando a cirurgia e eu fui depois pra sala de recuperação.

Quando saí da sala de recuperaçao e fui pro quarto percebi que minhas pernas estavam com meia-calça Kendall. Foi pra isso que tiraram minha medida. Ganhei as meias calças e calcinha pós-cirurgica.

Daí fui amamentar pela primeira vez e veio uma especialista em aleitamento materno me ensinar técnicas pro nenê não ter cólicas devido ao aleitamento incorreto.

Bem, eu tive problemas em produzir leite e esta especialista me ajudou muito até que finalmente minha produçao estava ok.

Minha pressão foi monitorada de hora em hora nas primeiras 24 horas. Eu não pude levantar no primeiro dia e elas vinham sempre pra checar se eu precisava de algo.

No segundo dia, vieram e me ensinaram a dar banho no nenê. Me ensinaram a cuidar do umbigo. Me ensinaram a vesti-lo com cuidado. Ficamos 7 dias lá.

Não, eu não era paciente de alto risco. Não, o hospital não era particular (aliás, aqui isso nem existe!) e não, eu não conhecia ninguém lá dentro.

Depois que tivemos alta, ainda recebi em casa 7 visitas de uma enfermeira que vinha pesar meu filho, ver como minha cesareana estava cicatrizando e a saúde de nós dois em geral.

Fora isso, no primeiro mês recebi também a visita de uma profissional do governo que veio checar se eu precisava de ajuda adicional, fosse ela emocional, financeira ou sei lá o que mais. Meu irmão estava aqui na época e até disse que a mulher parecia da polícia, pois ficou aqui mais de 1 hora e até o quarto do bebê foi inspecionar.

Estou grávida novamente. Ter um filho com a família do lado deve ser uma experiência fantástica que eu gostaria muito de ter vivenciado, mas o tratamento que tive aqui foi tão bom que desta vez eu tomo a decisão sem medo: entre ficar aqui e ir pro Brasil parir numa maternidade pública, eu fico aqui. Ao invés de ir pra lá, desta vez minha mãe vem pra cá.